O uruguaio Luis Suárez, jogador de futebol de 37 anos, chegou a cogitar a possibilidade de encerrar a carreira no ano passado, quando defendia a equipe brasileira do Grêmio, por conta de uma artrose no joelho direito. Após tratamento, ele ainda segue em atividade atuando pelo time norte-americano Inter Miami. O ortopedista Inácio Ventura (CRM-DF 16.921 e RQE 8.387), pós-graduado em cirurgia do quadril e joelho pelo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR), enfatiza que os exercícios físicos são essenciais às pessoas, principalmente para aquelas que sofrem com artrose no quadril, joelhos e outras articulações.
O médico explica, por exemplo, que a atividade física não se restringe à caminhada, pois grande parte da população imagina que, por ser acessível, é só calçar um tênis e praticá-la. “Existem situações em que a caminhada não é o melhor exercício. Nós temos inúmeras outras opções, muitas vezes mais indicadas para quem está com artrose do quadril e joelho”, destaca.
Segundo Ventura, não é qualquer exercício físico recomendado para essa condição do paciente, que deve ser avaliado por um especialista e encaminhado a uma equipe de fisioterapia competente. Ele esclarece que isso engloba o tipo de atividade, a maneira de execução, frequência, intensidade, o volume e uma série de fatores, já que o exercício físico tem uma dose indicada para o indivíduo com problema articular.
A importância dos exercícios físicos
Conforme o ortopedista, as atividades físicas orientadas trazem inúmeras vantagens aos pacientes, como a mobilidade na junta. Ele observa que a mobilidade da articulação produz o líquido que lubrifica a cartilagem. “Se eu não tenho mobilidade, essa cartilagem vai se deteriorar num ritmo ainda mais avançado. Preciso de estrutura muscular boa ao redor da articulação. Quanto mais carga passa pela estrutura muscular que está preparada, menos passa na articulação que está acometida pela artrose, pelo desgaste. Se meu músculo é fraco, se eu tenho praticamente a musculatura degenerada para gordura, toda a carga vai passar em cima da articulação onde você não tem cartilagem”, afirma.
O especialista também aponta que o exercício físico, além de desinflamar o corpo, induz alterações metabólicas e hormonais, melhora o organismo, o humor (está ligado à quantidade de dor que o paciente sente, e como o cérebro interpreta a dor) e o sono.