Quando ela entra em cena, como a Silvana Nolasco, de Bom Sucesso, não tem para ninguém. Ingrid Guimarães, desde a primeira aparição da personagem, ganhou o público, com o comportamento sem noção da fictícia diva. E ela está amando! “É um papel para me divertir e, além de tudo, fico linda. No último, não fazia nem sobrancelha (risos)”, brinca, referindo-se à Elvira, de Novo Mundo (2017). “Os personagens nos incentivam. Eu estava superpreguiçosa, agora estou hiperanimada, querendo malhar todo dia, me cuidar, fazer dieta, ioga e coisas boas para o bem-estar”, avisa a goianiense, que, nesta entrevista para a revista MINHA NOVELA, relembra sua trajetória.
UM “Q” DE MARIAH CAREY
Para encarnar a poderosa Silvana Nolasco, Ingrid assistiu vídeos com várias divas e uma das que a inspirou foi Mariah Carey. “Ela é uma pessoa que fala loucuras com uma cara de nada. É estrela há milhões de anos, quer matar todo mundo, mas a cara é de quem vai mandar você comprar um pão”, explica a atriz.
DICAS DAS COLEGAS
Ingrid também recorreu aos conselhos das colegas Susana Vieira e Claudia Raia. “Susana é um exemplo porque ela diva há muitos anos; todo mundo treme quando chega perto dela. Susana falou: ‘Você tem que se achar a maior atriz do Brasil’. Eu respondi que ia ter que fazer muita terapia (risos). E Claudia é musa pegando ponte área, né?”, diz.
PURA DIVERSÃO
No bate-papo, dá para sentir que Ingrid está se divertindo tanto quanto o público. “Silvana é uma grande atriz, protagonista da novela das 8. Na verdade, faço dois papéis. É muito legal! E é o máximo brincar com essa coisa de diva”, admite. “Ela é aquela atriz à moda antiga, que gosta de andar com séquito. É uma mulher que vive para a fama; é igual ao Pelé: fala na terceira pessoa”, diverte-se.
CORPINHO EM DIA
Para fazer as cenas quentes com Romulo Estrela (Marcos), Ingrid teve que se dedicar aos cuidados com a boa forma. “Estou me matando na ginástica e na dieta. Não como carboidrato há uns três meses”, conta a atriz, que malha em dias alternados e segue dieta passada por uma nutricionista. E conta com a ajuda de Grazi Massafera, a Paloma da trama das 7. “Ela é muito fofa! Estou com o mesmo personal dela e, às vezes, malhamos juntas, e ela me incentiva. É aquele funcional com boxe, aeróbico, exercício de força, abdominal, essas coisas todas”, detalha.
TRAJETÓRIA TUMULTUADA
Brilhando na trama das 7 e famosa por levar milhões aos cinemas para ver seus filmes, Ingrid conta que nem sempre foi assim. E que, ao contrário de Silvana, já teve, sim, problema de autoestima. “Vim de Goiânia, falava ‘porrrteira’. Então rolava um bullying na escola, me chamavam de roceira, e me sentia a menina do interior”, lembra. “Nunca estive no padrão. Quando comecei a carreira, ia fazer papel de gostosa? Nunca! O mundo mudou para a abertura dos tipos físicos, de nacionalidade, cor, raça. Graças a Deus!”, saúda.
VAIDADE BURILADA
Ingrid admite que pensava que nunca faria televisão. “Achava que não tinha lugar pra mim. Era a época em que as modelos estavam entrando nas novelas. As comediantes faziam papéis de empregadas, secretária”, conta a atriz, que pode ser vista na reprise de Por Amor (1997), como a doméstica Tereza. Mas isso é passado. Hoje, ela aproveita as dicas de Silvana para levantar ainda mais a autoestima. “Ela nunca está básica e cansada. Está sempre linda, então, preciso ficar em dia com tudo: pele, cabelo, corpo, astral”, lista.
RAINHA DE BATERIA
Por causa de Silvana, Ingrid fez aulas de samba e desfilou na Passarela do Samba, no Rio, pela primeira vez. Afinal, a personagem será rainha da bateria da Unidos de Bom Sucesso. “Tivemos meia hora, então, foi tudo meio de improviso. Quando entrei, o público não entendeu que era uma novela; achava que eu era rainha mesmo, aí fui exibida num nível que nem sou. Mandei beijos, fiz coração (risos). Foi maravilhoso!”, garante.
LIVRO NA VIDA REAL
Assim como Silvana, que prepara sua biografia bafônica, Ingrid também pensa em escrever um livro. Mas sem escândalos; muito menos sobre a sua vida pessoal. “Não sou tão importante assim. Mas tive uma trajetória fora da curva, por ter muito preconceito com a mulher comediante. Vir de outra cidade, não ter o tipo físico que a TV permitia, ter que fazer a própria história… Então, eu queria fazer um livro para incentivar os jovens atores. Muita gente quer ser ator achando que é uma vida de glamour, e ninguém vive assim. Será um livro para acreditar no sonho e para não deixar que o padrão aprisione”, adianta.